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STAR WARS: VISIONS – ENTREVISTA COM JAMES WAUGH E KANAKO SHIRASAKI

 Star Wars: Visions - Antologia de curtas anime revela Criadores e Estreia

 

Coordenação por Kelly Knox

 

Sete reconhecidos estúdios japoneses de animação. Nove histórias com diversidade e intensamente criativas. Star Wars. Mistura-se tudo e obtém-se uma experiência internacional e incrível de anime com o título Star Wars: Visions. Todas as nove curtas-metragens que compõe esta série estão disponíveis na plataforma de stream Disney+ em várias línguas desde o passado dia 22 de setembro. O site ANN esteve à conversa com os produtores James Waugh e Kanako Shirasaki sobre o modo como este projeto grandioso se engendrou e o que faz estes contos em formato anime terem algo que remete diretamente para Star Wars.

 

Imagem de Divulgação – Star Wars: Visions – Entrevista com James Waugh e Kanako Shirasaki

 

Como teve início este projeto?

Waugh: Sempre adorámos anime e somos grandes fãs; começou assim. Há tanto tempo que veneramos a qualidade cinematográfica da arte inerente à animação japonesa. Tem sido uma grande influência para todos na Lucasfilm. Na Lucasfilm Animation temos um grande admirador de anime no Dave Feloni; o [George] Lucas também o é. Todo/a aquele/a que está envolvido/a nalgum tipo de cinema deve ser fã, dado o talento espetacular que há na indústria do anime.

Sim, éramos fãs, mas como se produz um anime com o selo Star Wars? Podemos adorar a animação japonesa tanto quanto quisermos e usá-la como ponto de referência interno em diferentes séries, pensar “quão fixe seria?”, mas não tínhamos maneira de fazer o que queríamos há cinco anos, quando surgiu a ideia. Então apareceu a Disney+. Isso como que revolucionou o universo Star Wars de uma maneira libertadora e entusiasmante. De repente estávamos a questionar-nos:

“Qual é o significado por detrás de uma história de Star Wars? Que tipo de coisas podemos fazer que nunca tínhamos feito?”

Foi a Kathy Kennedy quem deu o último empurrão. Ela também adora anime e teve um papel importante na importação de alguns dos filmes da Studio Ghibli para o Ocidente. A certa altura ela disse: “Vamos ver como fazemos isto”. Rapidamente entrámos em contato com a Kanako Shirasaki e o Justin Leach da Qubic Pictures e começámos a visitar estúdios com os quais gostaríamos de entrar em parceria. Daí passámos para o desenvolvimento de Visions, assegurando-nos que os criadores podiam trabalhar com certa autonomia, sem que sentissem que esperávamos deles apenas uma estética particular, quando o que também queríamos era algo produzido desde uma perspetiva cultural diferente, com histórias contadas daquele modo tão único que o anime apresenta.

 

Que tipo de instruções foram dadas aos criadores e estúdios?

Shirasaki: Especificamente, pedimos-lhes que usassem as suas próprias personagens e contassem as suas próprias histórias num contexto inspirado por Star Wars. Queríamos escutar o seu modo de narrar histórias e ver os seus designs. Tivemos muita sorte, já que cada realizador tinha ideias bastante distintas.

 

Waugh: Creio que a última coisa que lhes dissemos foi que a base para todas as narrativas da saga Star Wars assenta em personagens bem trabalhadas e histórias com um toque muito humano. Encorajámos os criadores a investir nesse tipo de trabalho, mas de resto dissemos que podiam pegar em qualquer elemento do universo Star Wars que os tivesse influenciado e explorá-lo. Sem essas instruções, não penso que teríamos obtido histórias como “The Duel” ou “The Twins”; estaríamos confusos quanto a um encaixe em termos temporais. Queríamos algo que celebrasse Star Wars.

 

Lembra-se da primeira reação que teve quando viu os trabalhos, ainda que em estado muito inicial?

Shirasaki: Cada estúdio dispunha de canais diferentes para transferir um storyboard. Sempre que recebíamos um, ficávamos muito empolgados! Quando temos um guião que só consiste em palavras, formamos uma certa opinião sobre a história que se torna ainda mais favorável quando vemos os designs de personagens; depois recebemos os storyboards e deliramos.

Foi nessa fase inicial que descobrimos que a Studio Trigger queria usar as Star Destroyers gémeas no episódio “The Twins”, o que nos pareceu uma ideia incrível que nunca nos tinha passado pela cabeça. (Risos) Ficámos muito surpreendidos pela positiva com todo e cada um dos trabalhos que vimos dos estúdios no Japão.

 

“The Twins”, Studio Trigger – Star Wars: Visions – Entrevista com James Waugh e Kanako Shirasaki

 

Waugh: A primeira coisa que vimos foram os designs de Takashi Okazaki para o episódio “The Duel”. Bastou-nos um segundo apenas para concordarmos que eram fantástico. “Temos de fazer isto.” Não houve qualquer hesitação. A especificidade da linguagem visual de Okazaki aplicada a Star Warscombinada com os elementos do período shogun japonês e das vestes samurais, é espetacular e algo que sempre quisemos ver. A Bandai já tinha feito coisas assim, mas não a este nível. Soubemos logo que o projeto ia ser magnífico.

 

Porém, quando recebemos um resumo do episódio “Tatooine Rhapsody” ficámos de pé atrás. “Oh, não, uma rock opera? O que vai sair daqui?” Porém, como a Kanako já disse, em cada fase do processo de criação vemos novos detalhes. Na altura em que recebemos o storyboard, já era bem claro que aquela seria uma das nossas curtas favoritas.

 

Star Wars: Visions – Entrevista com James Waugh e Kanako Shirasaki

O que acham que faz uma história ter um toque Star Wars?

Shirasaki: Todos os criadores envolvidos são grandes fãs da saga. Compreendem a visão do George Lucas e o estilo narrativo típico de Star Wars. Eles também quiseram acrescentar o seu toque pessoal e o modo como combinaram tudo alcançou um bom equilíbrio.

 

Além disso, acho que o som acrescenta uma pitada de Star Wars e autenticidade a um trabalho. A maior parte dos efeitos sonoros dos sabres de luz vem dos arquivos e alguns dos estúdios realizaram  as misturas de som em conjunto com a Skywalker Sound. Alguns dos compositores envolvidos são admiradores de John Williams, pelo que lhe prestaram homenagem. Muitos destes elementos unem-se para tornar estas histórias mais próximas ao universo Star Wars.

 

Também há nas curtas de Visions umas maravilhosas piscadelas de olhos a anime clássicos, desde o design de TO-B1 inspirado em Astro Boy até à famosa manobra da mota de Akira recriada em “The Ninth Jedi”. Há algo mais que os fãs de anime devam procurar?

Shirasaki: Espero que consigam encontrar imensos Easter Eggs. Ao mesmo tempo, quero que todos consigam encontrar referências diretas à saga Star Wars que os criadores ocultaram nas suas histórias.

 

Waugh: Acho que os episódios estão repletos de inspiração de obras anteriores em formato de live-action e de animação. Cada história tem o seu estilo e transmite algo diferente.

 

Como é que estas curtas diversas se unem para apelar a um público mais abrangente que não está familiarizado com o anime?

Waugh: Isso fazia parte do nosso desejo. O anime tem explodido culturalmente, disso não há dúvida, mas somos fãs e já o éramos antes de isso acontecer. Acredito que há imensas pessoas que nunca deram uma oportunidade aos anime ou ainda não experimentaram, mas são fãs de Star Wars. Gostaríamos que esta antologia os cativasse pelo elemento Star Wars e os deixasse apaixonados pela animação japonesa e pelo rico potencial da sua arte.

Por outro lado, para os poucos admiradores de anime que não são ainda fãs de Star Wars ou que não visitam a galáxia há muito tempo, este é um ótimo lembrete ou um ponto de partida para o quão imaginativa pode ser esta saga, para que vejam o potencial que existe no meu modo de contar histórias. Aos fãs tanto de anime como de Star Wars, espero que vejam este projeto como uma carta de amor, e que digam:

“É disto que estava à espera!”.

 

Star Wars: Visions – Entrevista com os Produtores

Fonte: Anime News Network

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