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Editora lota estande na Bienal com cartaz 'Livros proibidos pelo Crivella'

Espaço virou ponto de encontro para selfies e protestos nesta sexta-feira, dia em que a prefeitura ameaçou confiscar livros que considerava pornográficos

Estande da Editora Faro na Bienal do Livro do Rio Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo

RIO —  Numa Bienal do Livro com números extraordinários, onde em dez dias 600 mil pessoas são esperadas até este domingo, uma ação da prefeitura do Rio que ameaçou recolher livros considerados "pornográficos" virou assunto e até oportunidades de negócios. A editora Faro que o diga: numa manifestação bem-humorada, os donos resolveram pegar carona na polêmica e colaram um cartaz "Livros proibidos pelo Crivella" nas principais entradas do estande de cem metros quadrados. Pronto: virou ponto de selfies e protestos. Lotou.
—  Quando vimos os fiscais na Bienal querendo recolher livros que supostamente pudessem ofender à família, às crianças, pensamos: é a coisa mais absurda do mundo para uma Bienal — disse um dos sócios da editora e também editor Pedro Almeida.

O coronel Wolney Dias, da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), chega à Bienal do Livro, que está sendo realizada no Riocentro, para identificar e lacrar livros considerados impróprios pelo prefeito Marcelo Crivella Foto: Gabriel Paiva / Gabriel Paiva

O estande virou atração. Pedro conta que a editora foi anunciada na Bienal do Livro do Rio de 2013. Portanto, tem seis anos.
—  Temos uma linha muito forte de jovem LGBT. Nossos livros livros são voltados para jovens e adolescentes que não têm com quem conversar. O livro é um ótimo momento para compartilhar, aprender, se conhecer e respeitar. Ou seja, coisas positivas - afirmou Pedro.
As estudantes Carolina Pereira e Silva, 20 anos, e Patrícia Alves, 22 anos, adoraram. As duas disputaram um ligar para tirar fotografias do cartaz.
—  O que aconteceu aqui hoje foi uma ação de tentativa censura explícita. É muito triste pensar numa ação policial para alcançar fins inexplicáveis —  disse Carolina.
O editor lembra que a Faro tem mais de cem livros publicados.
—  Quando isso (censura) acontece a gente tem que protestar e defender o projeto. Como nossa temática literária é LGBT, nós resolvemos reagir em defesa do projeto. Pensamos: vamos dar a cara à tapa. Recuar não — afirmou Pedro.
Ele lembra que depois do cartaz, posto na tarde desta sexta-feira, o estande virou atração:
—  As pessoas passaram a se relacionar com o cartaz e, de certa forma, se manifestarem contra a censura. Então nossos objetivos foram alcançados — revelou Pedro.
Fonte: O Globo

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