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ESCOLAS PÚBLICAS DE TÓQUIO PARARÃO DE FORÇAR ESTUDANTES A PINTAR O CABELO DE PRETO

Escolas Públicas de Tóquio pararão de forçar Estudantes a Pintar o Cabelo de Preto destaque
A esmagadora maioria dos estudantes do ensino básico e secundário no Japão é obrigado a utilizar uniformes e, portanto, não é surpresa nenhuma que as escolas japonesas tenham várias outras regras que regem a aparência dos alunos. Uma que tem atraído muita controvérsia nos últimos anos, é a exigência de algumas escolas de que todos os alunos devem ter os cabelos pretos.

Escolas Públicas de Tóquio pararão de forçar Estudantes a Pintar o Cabelo de Preto

Escolas Públicas de Tóquio pararão de forçar Estudantes a Pintar o Cabelo de Preto escola japonesa
Créditos: Pakutaso

A razão aparente para esta regra é a de que quase todos os japoneses possuem cabelos naturalmente pretos e, portanto, eles só terão cabelos de outras cores se escolherem pintá-los. Este caráter voluntarioso, discricionário, fora da norma, é visto como uma distração e/ou falta de seriedade, e, portanto, contraproducente para o desenvolvimento académico do corpo estudantil coletivo.
Contudo, um incidente em 2017 desencadeou um debate de que a exigência dos alunos terem cabelos negros e proibi-los de o pintarem nem sempre é linear e, de fato, às vezes pode ser algo completamente oposto. Embora seja relativamente raro, alguns japoneses nascem com cabelos com uma tonalidade castanha e uma estudante que frequentava o ensino secundário em Osaka foi forçada a pintar o seu cabelo castanho claro de preto, resultando em danos ao couro cabeludo e finalizando ainda num processo de 2,2 milhões de ienes (cerca de 18.581 euros) contra a escola.

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Créditos: mainichi.jp

No dia 30 de julho de 2019, Hiroki Komazaki, da NPO Florence, apresentou uma petição ao Conselho Metropolitano de Educação de Tóquio. A petição, que havia obtido 19.065 assinaturas desde maio, pedia que as escolas fossem proibidas de instruir os alunos que não possuíssem cabelos naturalmente pretos, a pintá-los dessa cor, ao que a diretoria deu a sua palavra de que o pedido seria atendido, com Seiichi Sato, da Seção de Orientação Educacional do Ensino Secundário, a dizer:
Não orientaremos os alunos com cabelos naturais não-pretos a pintar os cabelos de preto.

No entanto, a diretoria parou de cumprir o pedido da petição ao não obrigar as escolas municipais a mencionar nos sites oficiais que os alunos com cabelos de outra cor que não preto, não seriam obrigados a pintá-los, ao que foi respondido que o objetivo principal dos sites é para cada instituição comunicar o que torna a sua escola única e especial.
Embora os peticionários estejam obviamente incomodados com as escolas que exigem que os alunos pintem os cabelos de preto, Komazaki não culpa totalmente os educadores. “Os alunos são encorajados a ter cabelos pretos para servir como um sinal visível de que estão dispostos a adaptarem-se à sociedade” reconheceu, “e, assim, os educadores podem recomendá-lo ao pensar nas perspetivas futuras de emprego dos seus alunos. As empresas e a sociedade também precisam mudar o seu modo de pensar ”.
Embora a postura de Sato seja um passo bem-vindo na direção de uma maior tolerância, vale a pena lembrar que são apenas as escolas públicas que o Conselho Metropolitano de Educação de Tóquio possui controlo administrativo e, portanto, a promessa de proibir os professores de forçarem os alunos a pintar o cabelo, pode não ter muito peso nas instituições particulares de Tóquio.

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